O que é melhor: financiamento ou consórcio?
Nos últimos meses a procura dos brasileiros pelos consórcios aumentou, dada a conjuntura econômica. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Administradores de Consórcios (ABAC), os consórcios fecharam 2015 com um crescimento de 13,9%, na contramão da economia. Os imóveis lideram o crescimento no setor, com aumento de incríveis 40% em pleno auge da retração econômica. Já os consórcios de veículos leves e pesados registraram um crescimento de 10% no ano passado, o que mostra que muitos brasileiros perceberam as vantagens desse sistema.
De fato, as dificuldades para obtenção de financiamento imobiliário (ou de automóvel), a ausência de pagamento de juros (característica marcante dos consórcios), vêm impulsionando milhões de pessoas deixarem de lado a ideia de peregrinar por bancos em busca de crédito.
Mas se você ainda não está muito familiarizado com a figura do consórcio ou não sabe bem qual o melhor caminho para concretizar o sonho antigo do carro novo ou da casa própria (financiamento ou consórcio?), este post traçará uma comparação minuciosa entre os dois modelos. Tenha a certeza que, ao final deste artigo, você saberá qual a estratégia que melhor cabe em seu bolso! Confira!
A hora é agora
O índice FipeZap, divulgado em fevereiro deste ano, revelou que o preço dos imóveis teve queda real de mais de 8% em 12 meses. Já o preço dos veículos, embora ainda não tenha começado a registrar quedas robustas, está mais vulnerável a negociações nas concessionárias, em virtude dos pátios cada vez mais lotados de produtos “encalhados”.
Em abril, levantamentos mostraram que as vendas de automóveis caíram 28,6% no 1º trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esses números são ótimos para consumidor, que tem muito mais poder de barganha para reduzir preços e fazer de 2016 o ano de sua revolução pessoal. No entanto, é preciso escolher a forma correta de se capitalizar.
Financiamento ou consórcio: os detalhes que fazem toda a diferença
O financiamento é bastante popular no Brasil pelo hábito introjetado na nossa cultura de usufruir primeiro e pagar depois. A ansiedade em sentir aquele perfume do carro novo ou pegar as chaves da casa dos sonhos faz muita gente se precipitar, entregando-se aos estratosféricos juros compostos de um financiamento imobiliário ou automotivo.
Assim, de cara, já dá para cravar que a grande vantagem do financiamento é ter acesso ao bem de forma imediata. Mas qual a desvantagem?
Em relação ao consórcio, muitas. Mas vamos primeiramente entender o que é um consórcio.
Consórcio
O consórcio é uma modalidade de compra programada. De forma didática, podemos dizer que se trata de uma modalidade financeira em que um grupo de pessoas (físicas e/ou jurídicas) se unem para formar um fundo (através de cotas), no intuito de adquirir bens de mesma natureza.
Este fundo será administrado por uma empresa, que se responsabilizará pela gestão dos valores e contemplação da carta de crédito nas assembleias periódicas.
No consórcio, não há juros. Em vez destes, há uma taxa de administração, fixa e mensal (muito menor do que os juros do financiamento automotivo ou imobiliário).
Pode haver ainda outros custos, como um percentual chamado de “fundo de reserva”, destinado a cobrir eventuais inadimplências e não permitir que essas variações prejudiquem o grupo todo.
Dessa forma, a prestação do consórcio é formada pela soma da contribuição ao fundo de reserva e ao chamado fundo comum (soma de uma parte do que cada consorciado paga — que é utilizada para a compra do bem dos consorciados contemplados naquele mês), além da taxa de administração e do seguro quando contratado.
Dessa soma sairá o montante que será pago todos os meses até o final do plano de pagamento. A carta de crédito pode vir bem antes do final do prazo, por sorteios mensais ou por meio de lances na assembleia.
Vantagens
– Menor custo de aquisição do bem. O financiamento é uma espécie de “pague 2, leve 1” e nem é preciso ser economista para perceber este problema, certo?
– Menor burocracia: a concessão do financiamento bancário envolve o cumprimento de um oceano de exigências que podem inviabilizar o procedimento. Se você não tem como comprovar sua renda, por exemplo, o consórcio representa uma alternativa mais simples e rápida para materialização dos seus objetivos.
– Estímulo ao ato de poupar: o consórcio nada mais faz do que obrigar os participantes a pouparem para comprar os bens de seu interesse. A diferença entre uma poupança e o consórcio é que, neste último, o valor total do bem pode chegar a sua mão bem antes do final do prazo de poupança.
– Não precisa pagar valor de entrada (isso vale para consórcio de carros, de imóveis ou caminhões).
Desvantagem
Basicamente, o maior tempo de espera para receber o bem, em comparação ao financiamento.
Financiamento:
O financiamento é uma espécie de compra parcelada. Onde o valor devido (chamado de principal), que é dividido dentro do prazo acordado em contrato, são somados taxa de administração, seguro e o maior dos inimigos do cidadão, os juros. No financiamento de carros, motos ou imóveis, existem 2 tipos de sistemas de amortização, o SAC (Sistema de Amortização Constante) e a Tabela Price.
– SAC: neste primeiro sistema, a amortização ocorre de maneira constante, reduzindo o principal (valor que o banco lhe emprestou, dividido mês a mês). Como os juros são calculados sobre o principal, as prestações tendem a ser decrescentes.
– Tabela Price: já neste formato, as prestações se mantêm constantes. Cada prestação é composta de uma cota de amortização e juros, que se altera em sentido inverso no decorrer do período de financiamento. Assim, a prestação inicial tende a ser menor, e só aumenta em razão da aplicação da TR (valores crescentes). Uma questão que vale a pena ser observada nesse sistema é que o saldo devedor só é reduzido com aproximadamente 50% das prestações pagas.
Em linhas gerais, especialistas atestam que o SAC é mais adequado ao financiamento de imóveis e a Tabela Price, ao financiamento de carros. Em ambos os casos, entretanto, as altas taxas de juros (independente da ordem de incidência) tendem a multiplicar por 2 o valor do bem adquirido.
Vantagem
– Bem pode ser usufruído com rapidez.
Desvantagens
– Altíssima carga de juros pagos durante o período (com o aumento da Selic, o custo do financiamento tende a ficar ainda maior). Não à toa os financiamentos de veículos caíram quase 30% só este ano.
– Sobre o financiamento também incide o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
– Em geral, o bem fica alienado à instituição bancária até a quitação total da dívida (embora este possa ser usufruído pelo cliente, durante o prazo de pagamento).
Diante dessas observações, a dúvida entre financiamento ou consórcio provavelmente já foi desfeita, certo? Fica claro que para o momento atual, de instabilidade econômica, alta nas taxas de juros e crédito escasso nos bancos, o consórcio de imóveis, veículos, motos ou caminhões é uma alternativa inteligente de dar um upgrade na vida pessoal. Caso queira fazer simulações de qual seria o custo do consórcio de seu bem, clique aqui!
A propósito, você já fez um financiamento ou consórcio? Tem alguma dúvida sobre o assunto? Caso ainda tenha questionamentos sobre essas duas modalidades, deixe o seu comentário!